quinta-feira, junho 19, 2008

<coloque aqui o título que preferir>

Hoje de manhã, dentro do ônibus vindo para o trabalho, me deparei com uma mulher que tinha metade do rosto desfigurado, a arcada superior dos dentes virados pra fora da boca, os dentes tortos e com aparência de podres. Apesar de o rosto parecer já estar cicatrizado há tempos, a visão era horrenda. Ela vestia roupas simples, o que fazia concluir que provavelmente ela nunca teve recursos suficientes para uma reconstrução facial.

A visão era tão horrenda que várias pessoas no ônibus preferiram ficar em pé a sentar ao lado dela, de tão horrorizadas. E a visão era mesmo pior que a de um filme de terror. Ela estava tranquila como se nada fosse e ao descer do ônibus, uma senhora japonesa lhe sorriu e ela lhe sorriu de volta. E ela desceu do ônibus arrumando os cabelos, como se aquilo fosse melhorar a aparência dela, como se ela tivesse um rosto normal.

Fiquei tentando imaginar o que teria acontecido àquela mulher e me perguntando de onde ela tirava coragem para sair na rua daquele jeito. Imaginei várias possibilidades, imaginei que talvez ela tivesse quase perdido a vida no episódio que causou a desfiguração do seu rosto, e hoje se sentia bem pelo simples fato de estar viva!

Me chamem de piegas se quiserem, mas esse tipo de coisa me põe pra pensar... Às vezes a gente reclama demais da vida, não?

5 comentários:

Vivi disse...

Pois é. Por vezes nos tornamos pessoas piores quando elevamos nossos pequenos problemas à décima potência. No final das contas, viver é até fácil... a gente que inventa pêlo em ovo.

Renato F.C. disse...

Olá Jak, tudo bom ? Espero que sim.

Sabe, algumas vezes na minha ainda curta vida eu já me deparei com pessoas e situações que me fizeram ter exatamente esse tipo de reflexão. E o resultado é sempre minha total concordância com o fato de que reclamamos demais e agradecemos de menos mas, a meu ver, o grande lance que eu tento realizar é buscar fazer reclamações apenas quando necessário e condizente, agradecer sempre e não me contentar nunca, sempre sabendo que por mais próximo ou distante que esteja algo que eu quero o melhor que eu posso fazer é seguir minha caminhada um passo de cada vez.

Um beijão, um abração, tudibão, felicidades e obrigado pela reflexão, com rima e tudo... hahahahahaha... ;-)

Até mais.

De seu amigo, saudoso,

Renato F.C..

R! disse...

toc toc toc... será que dá pra atualizar esse blog?
=P

Anônimo disse...

É possível que ela tenha sido baleada. Tadinha.

Alexandre Franzolim disse...

Pessoas dizem que é preciso algo ruim para dar valor à vida (ou ao que tem). Besteira.

Problema das pessoas que dizem isso chama-se preguiça e subestimação: não sabem dar valor às coisas simples quando tem. Aliás, a vida não é simples, certo? DOM DA VIDA, você teria que agradecer a Deus por viver todos os dias de sua vida...mas os problemas e o egoísmo parecem cobrir essa gratidão por ter vivido, como essa mulher: seja lá o que aconteceu, independente do nível de tragédia, ela continua com algo: vida. E mais: pelo que está escrito no post, ela ainda sorri, ela ainda enxerga o mundo com os mesmos olhos que ela vê o mesmo desde antes dessa tragédia.