segunda-feira, setembro 25, 2006

Mais sobre as eleições

Quero agradecer a todos que deixaram seus valiosos comentários no meu post sobre as eleições. Eu ainda acredito que um dia o Brasil possa ser tão bom quanto o voto dos conscientes e é bom saber que não estou sozinha. Com base nesses comentários é que hoje, 6 dias antes das eleições, cá estou eu de novo falando mais sobre o assunto.

A minha intenção não incentivar o voto nulo, mas sim desmistificá-lo. Não acredito nele atualmente como solução, nem como forma de protesto. Só acredito nele como uma escolha tão legítima quanto qualquer outra escolha. Se o eleitor não se interessa pelo assunto ou não está satisfeito com nenhum dos candidatos, é direito dele (na ausência do direito de não votar) anular. Mas com certeza, a melhor atitude de um eleitor é e sempre será, informada e conscientemente, votar ao invés de deixar que outros votem por ele. Mas não vou me estender muito mais no assunto "voto nulo". Apenas deixo o link para uma excelente matéria da Super Interessante deste mês, esclarecedora e imparcial - http://super.abril.com.br/super/conteudo_164951.shtml

No post anterior, para exemplificar a desqualificação do eleitorado brasileiro, eu citei a vergonhosa porcentagem da população brasileira possuidora ou em vias de possuir um diploma universitário. Imagino que para alguns meu exemplo possa ter soado preconceituoso. É óbvio que diploma universitário não está estritamente ligado a voto consciente. Apenas para não alongar demais o assunto é que utilizei um exemplo entre inúmeros outros que eu poderia ter utilizado para demonstrar como a nossa população pode estar politicamente alienada. O que não significa necessariamente que eu acredite que entre os possuidores de um diploma universitário não hajam alienados, assim como também não acredito que, no grupo de pessoas com grau de instrução inferior ao nível superior, não existam pessoas politicamente conscientes. Se eu acreditasse nisso, nunca teria votado em candidatos sem nível superior, certo?

E finalmente, após alguma pesquisa, consegui decidir meu voto para a maioria dos cargos. Até domingo ainda preciso pesquisar um pouco mais para deputado federal e governador (que estão quase decididos) mas já me decidi quanto aos outros cargos. Anularei apenas um deles. Como foi brilhantemente comentado por um dos meus "blogfriends" Marcelo Barros do Quando Isso Virar um Blog, o voto nulo não é falta de consciência, mas sim a mais dolorosa consciência. E no próximo domingo eu me valerei dela - infelizmente.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Os fins justificam os meios?

O que será que os políticos que elegeremos este ano farão pra melhorar a vida de pessoas como a Dona Júlia?

Se lá no Congresso, ninguém dá bola pros problemas dela e da neta, por que ela deveria ligar para os filhinhos de papai que não tem nada de melhor pra fazer da vida (e da mesada que recebem dos pais) do que se entupir de drogas?

Eu não condenaria tão facilmente a Dona Julia. E você? Condenaria?

segunda-feira, setembro 04, 2006

Blogando por aí

Meio que por acidente (ou por ser uma cara de pau intrometida mesmo) , eu, programadora, acabei virando blogueira do site de eleições da Abril.com.

http://www.abril.com.br/eleicoes2006/blog

A propósito, a montagem do site também é trabalho meu.

Eleições

A julgar pelas campanhas que tenho visto por aí, em prol do voto nulo, e pela decepção geral do eleitorado do PT e de todos os outros eleitores com o cenário político atual, acredito eu que as eleições desse ano venham a ter um aumento de votos nulos. Eu realmente não tenho certeza disso. Ainda não conferi as pesquisas. Digo isso porque tenho reparado uma insistência maior que o normal por parte da imprensa sobre "conscientizar" a população a não votar nulo. Ainda não consegui descobrir qual o interesse da mídia em pintar o voto nulo como crime, pecado mortal. Na minha humilde opinião de eleitora, voto nulo existe porque tem um propósito. Portanto, deve sim ser utilizado quando necessário. E qual o propósito? Me explico.

Num país como o nosso, em que o voto ainda é obrigatório, o voto nulo torna-se essencial. Essecial, por exemplo, porque este é um país onde apenas 2% da população tem diploma universitário ou está em vias de conseguir um. (Só para ilustrar, nossos amigos argentinos tem cerca 62% de sua população nessas condições. Vamos ficar aqui na América do Sul. Nem vou citar os exemplos europeus.) Dado isso, dá pra se ter uma idéia da qualidade do nosso eleitorado. Sim, também concordo que mais interessante seria melhorar a educação para melhorar a qualidade do eleitorado. Mas que interesse os políticos atuais teriam em melhorar a qualidade do eleitorado ou, quem sabe, de aprovar o fim do voto obrigatório, se é pelo eleitorado atual que eles são eleitos e reeleitos a cada 2 anos?

Achei interessante o slogan da campanha do TRE para essas eleições: "O Brasil é tão bom quanto o seu voto." Nunca foram tão verdadeiros. Mas poderiam ser mais. Poderiam conscientizar as pessoas de que, muito melhor do que votar em qualquer um ou no "menos pior", seja porque não acredita em político nenhum, seja porque não se informou o suficiente pra escolher um candidato ou simplesmente porque "política é chato", muito mais consciente que isso é votar nulo. É para isso que o voto nulo serve, afinal. É o que assegura o direito do eleitor de não votar, de ter um mínimo de consciência política, sem fazer esforço. Pensando bem, o voto não é necessariamente "obrigatório" no Brasil. Sim, você precisa ir até a urna e votar, mas não precisa necessariamente votar se tiver consciência de que o seu voto não foi bem pensado. Pelo menos eu vejo isso com muito mais bons olhos do que votar no cara que tirou a barba porque ele é engraçado. Vocês não?


P.S.: Ainda não sei qual será o meu voto.