segunda-feira, outubro 02, 2006

Síndrome da Consciência Política

Acordei tarde no domingo porque tinha ido à uma festa na noite anterior. A primeira coisa que me passou pela cabeça: Eleições. "É hoje!"

Tinha passado a noite fora de casa e lembrei que para voltar pra lá eu passaria bem em frente ao colégio onde voto. Verifiquei minha carteira e meu RG original estava lá. Feliz coincidência! Porque não costumo carregar meus documentos originais. "Ótimo! Vou direto para o local de votação." Me vesti, peguei minha bolsa e quando coloquei a mão na porta para sair, bati o olho num exemplar do Estadão jogado no chão. Estampava na primeira página uma manchete mais ou menos assim: "Aumenta a possibilidade de Segundo Turno".

Como eu já tinha dito anteriormente, eu planejava anular um dos meus votos e era para o cargo de presidente. O motivo? Decepção e incredulidade. Mas ao ver aquela manchete, não consegui evitar me sentir um pouco irresponsável. Pois é. A consciência pesou. Fiquei com isso na cabeça até chegar à minha seção. Digitei todos os votos sem pensar duas vezes até chegar no voto para Presidente. Cheguei a corrigir o voto e colocar o mesmo número umas duas vezes e por fim confirmei. Não consegui anular. Mas também não votei em ninguém. Votei sim, contra um Segundo Turno e a possibilidade de ver eleito um candidato e um partido sobre os quais não deposito nenhuma confiança. Um voto pode não fazer muita diferença, mas a minha consciência está limpa.

Mais tarde, no entanto, quando começaram as apurações, me senti um tanto sozinha ao dar de cara com a lista dos Deputados Federais mais votados para São Paulo: Paulo Maluf, Clodovil e Enéas entre os cinco primeiros. Sera que só eu me indignei?

É. Consciência política deve ser doença. E das mais raras.

2 comentários:

Anônimo disse...

Jak,
eu consegui anular o voto sim...expressei meu descontentamento, tinha certeza q queria fazer isso, mas no segundo turno já não sei oq fazer...
mas acho q vou acabar caindo na mesma armadilha moral q vc...
E sobre esses 3 sujeitnhos aí...lamentável é pouco...axo q o povo tem oq merece mesmo. Fazer oq?
Depois vêm reclamando. E se acham no direito de criticar tudo e todos. É tão fácil criticar né? Mas a pior coisa q tem é reclamação automática sem atitude e sem consciência...
abraços=]

Marcelo disse...

Pois é. Doença raríssima -- e dolorida...

Bj,